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Déficit global de açúcar dobra e pressiona mercado brasileiro

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A produção de cana-de-açúcar no Brasil enfrenta desafios significativos na safra 2024/25, impactada por condições climáticas adversas e influências no mercado global de açúcar. De acordo com o terceiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção brasileira de cana-de-açúcar está estimada em 678,67 milhões de toneladas para a safra 2024/25, representando uma diminuição de 4,8% em relação à safra anterior. Essa queda ocorre apesar de um aumento de 4,3% na área destinada à colheita, que agora totaliza 8,7 milhões de hectares. A produtividade média, portanto, sofreu uma retração, refletindo os impactos das condições climáticas desfavoráveis.

A região Sudeste, principal produtora nacional, prevê uma retração de 7,4% na safra atual, com estimativa de 434,48 milhões de toneladas. O estado de São Paulo, maior produtor estadual, é o principal responsável por essa redução, com uma diminuição de 35,24 milhões de toneladas. Embora tenha havido um crescimento de 5,7% na área de colheita no Sudeste, totalizando 5,39 milhões de hectares, a produtividade média caiu 12,3%, estimada em 80.650 kg/ha.

Paralelamente, o mercado global de açúcar enfrenta um déficit significativo. A Organização Internacional do Açúcar (OIA) revisou sua estimativa de déficit global para a safra 2024/25, projetando um déficit de 4,88 milhões de toneladas, quase o dobro da estimativa anterior de 2,51 milhões de toneladas. Essa revisão é atribuída, em grande parte, à redução na produção de países-chave, como a Índia, cuja produção foi revisada para 27,27 milhões de toneladas, abaixo da previsão anterior de 29,31 milhões e das 32,20 milhões registradas na safra passada.

Apesar dos desafios, o setor sucroenergético brasileiro continua desempenhando um papel crucial no mercado global. A produção de açúcar na região Centro-Sul registrou um aumento anual de 9,4% nos últimos 15 dias de outubro, totalizando 2,35 milhões de toneladas. No acumulado da safra, o avanço é de 22,6%, atingindo 37,22 milhões de toneladas.

No entanto, incêndios recentes em campos de cana-de-açúcar no Brasil contribuíram para a elevação dos preços do açúcar, atingindo um pico de cinco semanas. Embora os danos tenham sido limitados, os incêndios exacerbam os desafios existentes para o maior produtor mundial de cana-de-açúcar. Especialistas preveem que as usinas sofrerão uma redução na produção de açúcar, e os campos afetados enfrentarão problemas no ano seguinte.

Fonte: Pensar Agro



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Brasil perde 15% da safra durante o transporte, por falta de infraestrutura

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O agronegócio brasileiro enfrenta desafios significativos relacionados às perdas de grãos durante o transporte, impactando diretamente a rentabilidade dos produtores rurais. A infraestrutura logística do país, composta por rodovias, ferrovias e portos, apresenta deficiências que contribuem para o desperdício de commodities agrícolas. Estima-se que o Brasil perca até 15% da sua produção de grãos devido a falhas no sistema logístico, o que equivale a bilhões de reais em prejuízos todos os anos.

A soja, principal produto agrícola exportado pelo Brasil, sofre com as condições precárias das rodovias e a baixa eficiência das ferrovias. De acordo com o Ministério da Infraestrutura, 60% das rodovias brasileiras apresentam péssimas condições de conservação, o que aumenta o tempo de viagem e o risco de danos às cargas.

Além disso, o Brasil possui apenas cerca de 30 mil quilômetros de ferrovias operacionais, o que é insuficiente para atender à demanda de transporte do agronegócio, principalmente para grandes distâncias e áreas isoladas. Isso resulta em congestionamentos nos portos e longas filas de caminhões, elevando os custos operacionais e reduzindo a competitividade no mercado internacional.

Estudos revelam que a falta de infraestrutura adequada encarece em média 36,27% o preço dos produtos agrícolas brasileiros em relação aos similares de outros países, conforme levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Especificamente, as perdas logísticas no transporte de grãos são estimadas em até 4 bilhões de dólares por safra, segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja). Isso afeta diretamente a rentabilidade dos produtores, que enfrentam custos adicionais e perdas significativas, principalmente durante o transporte por rodovias.

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), a quantidade de grãos perdidos durante o transporte e armazenamento representa até 10% da produção total, variando conforme a cultura e as condições do transporte. Por exemplo, a soja perde, em média, 1,5% de sua produção durante o transporte, enquanto o milho pode sofrer perdas de até 3% devido ao manuseio inadequado e falta de cuidados no percurso.

Diversas medidas são recomendadas para aprimorar a logística e reduzir perdas durante o transporte:

  • Investimentos em Infraestrutura: Melhorias nas rodovias, ferrovias e portos são essenciais para garantir a fluidez no escoamento da produção agrícola. A Associação Brasileira de Logística (Abralog) sugere um investimento de R$ 15 bilhões para modernização da infraestrutura de transporte no país, o que poderia reduzir significativamente as perdas logísticas.

  • Adoção de Tecnologias de Monitoramento: Implementação de sistemas de monitoramento em tempo real para acompanhar a integridade das cargas. O uso de sensores e rastreadores inteligentes tem ajudado a minimizar perdas, como já é observado em algumas regiões produtoras de soja.

  • Capacitação de Motoristas e Operadores Logísticos: Treinamentos focados em boas práticas de transporte e manuseio de cargas. A capacitação pode reduzir danos que ocorrem devido a manobras incorretas e falta de cuidados com a carga durante o transporte.

  • Parcerias Público-Privadas (PPPs): Colaborações entre governo e setor privado são essenciais para viabilizar projetos de infraestrutura. O modelo de PPPs tem sido considerado uma solução para aumentar a eficiência das rodovias e ferrovias, além de garantir maior qualidade no transporte de produtos agrícolas.

A redução das perdas de grãos durante o transporte no Brasil exige um esforço conjunto entre produtores, autoridades governamentais e empresas de logística. Investimentos em infraestrutura, adoção de tecnologias avançadas e capacitação profissional são fundamentais para minimizar desperdícios, aumentar a competitividade do agronegócio brasileiro e assegurar a sustentabilidade econômica do setor. Com perdas logísticas que podem chegar a até 4 bilhões de dólares por safra, o potencial de ganho para o produtor rural brasileiro é imenso, caso essas questões sejam resolvidas de forma eficiente.

Fonte: Pensar Agro



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