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Emagrecer Não É Só “Fechar a Boca”

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A fome é um dos instintos mais primitivos do ser humano. Sentimos fome porque precisamos de energia para sobreviver, certo? Sim, mas a história é muito mais complexa do que isso.

Hoje, a ciência já entende que a fome não é apenas uma simples resposta à falta de comida no estômago. Ela é regulada por um sistema sofisticado de hormônios, neurotransmissores e até pelo nosso ambiente. E é justamente essa complexidade que torna o tratamento da obesidade um grande desafio — porque dizer para alguém “é só comer menos” ignora tudo o que está por trás do nosso apetite.

Vamos entender melhor? O que realmente nos faz sentir fome?

Nosso cérebro, especificamente o hipotálamo, age como um maestro regulando a fome e a saciedade. E para isso, ele usa diversos hormônios e sinais do corpo:

Grelina: Conhecida como “hormônio da fome”, a grelina é produzida pelo estômago quando ele está vazio. Ela sinaliza ao cérebro que é hora de comer.
Leptina : Produzida pelas células de gordura, esse hormônio tem o papel de dizer ao cérebro que já temos energia suficiente e podemos parar de comer.
Insulina: Além de regular os níveis de açúcar no sangue, a insulina também influencia a fome, pois quando há resistência à insulina (muito comum na obesidade), o cérebro pode não perceber que já há energia suficiente.
Neuropeptídeos e Dopamina : Além dos hormônios, substâncias como a dopamina fazem com que certos alimentos sejam mais prazerosos e até viciantes, o que explica por que muitas vezes comemos mesmo sem fome real.

O problema? Em muitas pessoas com obesidade, esses sistemas estão desregulados. A leptina pode não funcionar direito, a grelina pode estar sempre alta, e o prazer associado à comida pode estar exagerado. Ou seja, o corpo dessas pessoas biologicamente pede mais comida.

Por que emagrecer não é só força de vontade?
Se fosse apenas uma questão de querer, ninguém teria dificuldade para perder peso. Mas imagine lutar contra seu próprio cérebro, que está te enviando sinais para comer o tempo todo?

A obesidade não é apenas um problema de “comer demais”, mas sim uma disfunção metabólica e hormonal. Muitas pessoas que tentam emagrecer enfrentam:

-Metabolismo desacelerado: O corpo pode reduzir seu gasto calórico para tentar “economizar energia”, dificultando a perda de peso.
-Fome constante: Dietas muito restritivas aumentam os níveis de grelina, deixando a pessoa faminta e aumentando o risco de recaída
-Resistência à leptina e insulina: Mesmo com estoques de gordura elevados, o corpo não percebe e continua enviando sinais para comer mais.

Agora fica claro por que simplesmente dizer “coma menos e gaste mais” não funciona para todo mundo, certo?

Como tratar a obesidade com ciência, e não com culpa:

O tratamento da obesidade precisa ser personalizado e baseado em ciência, levando em conta os fatores hormonais, psicológicos e ambientais que influenciam o peso. Algumas estratégias eficazes incluem:

Mudanças alimentares inteligentes: Não se trata de comer menos, mas de comer melhor, escolhendo alimentos que regulam a fome e evitam picos de insulina.
Atividade física adaptada : Exercício não é só para queimar calorias, mas também para melhorar a sensibilidade à insulina e equilibrar hormônios.
Sono de qualidade: A privação de sono aumenta a grelina e reduz a leptina, tornando a fome incontrolável.
Manejo do estresse: Cortisol elevado favorece o acúmulo de gordura e aumenta o desejo por comidas ultraprocessadas.
Em alguns casos, medicamentos ou procedimentos: Quando há resistência metabólica severa, tratamentos médicos podem ser indicados para ajudar no processo.

Conclusão : A fome não é apenas um desejo, mas um mecanismo biológico sofisticado. E quando falamos de obesidade, não estamos lidando com falta de disciplina, e sim com um sistema metabólico desregulado.

Por isso, antes de julgar alguém ou até mesmo se culpar por dificuldades para emagrecer, lembre-se: o corpo humano foi projetado para sobreviver, não para ser magro. O verdadeiro desafio é aprender a usar a ciência a nosso favor, respeitando nosso organismo e adotando estratégias que realmente funcionam a longo prazo.

Se esse tema te interessou, compartilhe este artigo e ajude mais pessoas a entenderem a verdade por trás da fome e da obesidade!

Max Lima é Especialista em Clínica Médica pelo Instituto dos servidores do Estado de São Paulo (HSPE-FMO ), Especialista em Cardiologia pelo Instituto Dante Pazzanese, Especialista em Terapia Intensiva pela AMIB, Fellow pela Sociedade Europeia de Cardiologia, Ex Conselheiro Federal de Medicina (2019-2024), Presidente da SBC MT – biênio 2016-2017



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Quando há amor próprio, há felicidade!

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Soraya Medeiros

O amor próprio é uma das mais belas manifestações de respeito e carinho que podemos nutrir por nós mesmos. Ele não se trata de arrogância ou egoísmo, mas de reconhecer nosso valor intrínseco, cuidar da nossa saúde mental, física e emocional, e estabelecer limites saudáveis para proteger nossa paz interior.

A felicidade, muitas vezes, é associada a fatores externos, como realizações profissionais, relações afetivas ou bens materiais. No entanto, a verdadeira felicidade nasce de dentro, e o amor próprio é o alicerce dessa construção interna. Quando nos aceitamos plenamente, com nossas qualidades e imperfeições, criamos um ambiente propício para a alegria genuína florescer.

Amar a si mesmo significa investir tempo e energia no autocuidado. Isso inclui pequenas práticas diárias, como meditar, alimentar-se de forma balanceada, praticar exercícios físicos e descansar adequadamente. Além disso, envolve reconhecer nossas conquistas, perdoar nossos erros e nos afastar de situações ou pessoas que nos fazem mal.

Quando cultivamos o amor próprio, tornamo-nos mais confiantes e resilientes. Essa transformação reflete diretamente em nossas relações interpessoais. Passamos a atrair pessoas que respeitam e valorizam nossa essência, pois a energia que emanamos é de autovalorização. Não precisamos mais buscar validação externa, pois já encontramos dentro de nós a certeza de que somos suficientes.

A exploração de diferentes perspectivas sobre o amor próprio revela o quanto esse conceito é influenciado por fatores culturais e sociais, moldando a forma como as pessoas o entendem e o praticam ao redor do mundo. Essa abordagem enriquece o entendimento sobre o tema, pois nos permite observar como crenças, valores e normas sociais impactam a relação que temos conosco mesmos.

Cada cultura traz consigo uma visão distinta sobre o que significa amar a si mesmo. Em culturas individualistas, como as de muitos países ocidentais, o amor próprio é frequentemente associado à independência, à autossuficiência e à busca pela realização pessoal. Nesses contextos, cuidar de si e priorizar o bem-estar individual são vistos como virtudes.

Por outro lado, em culturas coletivistas, como as de muitos países asiáticos e africanos, o amor próprio pode estar mais ligado à harmonia com o grupo, à contribuição para a comunidade e ao respeito pelas tradições. Nesses casos, ele não é necessariamente colocado acima do coletivo, mas integrado a ele, destacando a importância do equilíbrio entre cuidar de si e atender às necessidades do grupo.

Além disso, a espiritualidade também influencia o amor próprio em diversas culturas. Tradições como o budismo promovem práticas como a autocompaixão e a aceitação, que são pilares do amor próprio em muitos contextos orientais.

Os padrões sociais, muitas vezes reforçados pela mídia e pelas redes sociais, também desempenham um papel significativo na forma como o amor próprio é percebido e praticado. O culto à aparência, ao desempenho e à produtividade pode distorcer esse conceito, transformando-o em uma busca por perfeição ou validação externa.

Nos últimos anos, movimentos como o body positivity e o self-love têm buscado desafiar esses padrões sociais, promovendo uma visão mais inclusiva e autêntica do amor próprio. Eles destacam que amar a si mesmo vai além da aparência física ou do sucesso profissional, sendo, na verdade, sobre aceitar-se plenamente, com todas as imperfeições e vulnerabilidades.

O papel do gênero também é uma questão importante. Por muito tempo, mulheres foram ensinadas a priorizar o cuidado dos outros, negligenciando a si mesmas, enquanto os homens eram incentivados a esconder suas fragilidades. Felizmente, essas construções estão sendo questionadas, permitindo que o amor próprio seja explorado de maneira mais igualitária e abrangente.

A compreensão do amor próprio como um conceito influenciado por contextos culturais e sociais nos ajuda a perceber que não existe uma fórmula única para amar a si mesmo. Cada indivíduo pode construir sua própria jornada de amor próprio, respeitando suas origens, valores e experiências.

A exploração dessas perspectivas também nos convida a refletir sobre como podemos criar um ambiente social que incentive práticas de autocuidado e autovalorização, respeitando a diversidade e promovendo o bem-estar coletivo. Afinal, o amor próprio, independentemente de como é definido, tem o potencial de transformar indivíduos e sociedades inteiras.

O caminho para o amor próprio não é linear. Envolve reflexão, autoconhecimento e, muitas vezes, a desconstrução de crenças limitantes. Requer paciência e dedicação, mas os frutos colhidos ao longo dessa jornada tornam o esforço plenamente recompensador.

Quando há amor próprio, há felicidade. Aprendemos a apreciar as pequenas coisas da vida e a enfrentar os desafios com leveza e gratidão. Reconhecemos que, apesar das adversidades, somos merecedores de tudo o que há de melhor. Afinal, a relação mais duradoura que teremos é conosco mesmos, e construir essa relação sobre os pilares do amor e do respeito é a chave para uma vida plena e feliz.

*Soraya Medeiros é jornalista com mais de 23 anos de experiência, possui pós-graduação em MBA em Gestão de Marketing. É formada em Gastronomia e certificada como sommelier.



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