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A relação entre a arte e a saúde mental!

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*Jéssica Lima

A arte tem sido, ao longo da história, um refúgio para a alma humana. Seja na pintura, na música, na literatura ou em outras formas de expressão, ela oferece um canal poderoso para a comunicação de emoções, ajudando na compreensão de sentimentos muitas vezes difíceis de expressar em palavras.

Estudos científicos comprovam que atividades artísticas têm impacto positivo na saúde mental, reduzindo os níveis de estresse, ansiedade e depressão. O envolvimento com a arte estimula a produção de dopamina e serotonina, neurotransmissores responsáveis pela sensação de bem-estar. Além disso, o processo criativo proporciona um momento de introspecção e autoexpressão, favorecendo a ressignificação de traumas e o fortalecimento da autoestima.

Do ponto de vista neurobiológico, a criação artística ativa áreas do cérebro relacionadas à emoção, recompensa e cognição. O córtex pré-frontal, responsável pela regulação emocional e tomada de decisões, é estimulado durante o processo criativo. Além disso, o sistema límbico, que inclui a amígdala e o hipocampo, é ativado, favorecendo a expressão e o processamento de emoções. A liberação de dopamina no sistema de recompensa cerebral reforça a sensação de prazer e motivação, contribuindo para o bem-estar emocional.

A arteterapia é um exemplo do uso estruturado da arte como ferramenta terapêutica. Profissionais dessa área auxiliam indivíduos a canalizar emoções por meio da criação artística, proporcionando alívio para questões emocionais e psicológicas. Pessoas que enfrentam transtornos como depressão, ansiedade e estresse pós-traumático encontram na arte um meio seguro para expressar suas dores e iniciar um processo de cura.

Além do impacto individual, a arte também desempenha um papel importante na promoção da saúde mental coletiva. Movimentos artísticos e culturais criam espaços de acolhimento, inclusão e pertencimento, permitindo que indivíduos compartilhem experiências e se sintam parte de algo maior. Um exemplo disso são os projetos sociais que utilizam a arte para ajudar comunidades vulneráveis a enfrentar desafios emocionais e sociais. Além disso, muitas escolas públicas adotaram a disciplina de pintura para auxiliar os alunos a desenvolverem seu lado criativo e melhorarem o comportamento.

A influência da cultura na relação entre arte e saúde mental é significativa, pois diferentes sociedades interpretam e valorizam a arte de maneiras distintas. Em algumas culturas, a arte é considerada uma expressão essencial de espiritualidade e ritual, enquanto em outras pode ter um papel mais voltado para o entretenimento ou a crítica social. Essas variações influenciam diretamente o uso terapêutico da arte. Por exemplo, abordagens baseadas em pinturas e artes visuais tradicionais podem ser mais eficazes em determinadas comunidades, pois dialogam com seus valores e formas de expressão. Dessa forma, compreender o contexto cultural é essencial para maximizar os benefícios da arte na promoção da saúde mental.

As diversas manifestações artísticas desempenham papéis únicos no bem-estar psicológico. A fotografia, por exemplo, permite capturar momentos e perspectivas, estimulando a atenção plena e a conexão com o presente. O teatro possibilita a vivência de emoções e a exploração de diferentes identidades, promovendo o desenvolvimento da empatia e a expressão emocional. Já as artes visuais, como a escultura e a colagem, oferecem meios táteis e visuais de exteriorizar sentimentos, ajudando no processamento de emoções complexas. Essas diferentes formas de arte ampliam o repertório terapêutico e possibilitam que cada indivíduo encontre a expressão artística mais adequada ao seu processo de cura.

Apesar dos inúmeros benefícios da arte como ferramenta terapêutica, sua aplicação enfrenta desafios e limitações. A efetividade das terapias artísticas depende, em grande parte, da atuação dos professores e facilitadores, que devem possuir não apenas conhecimento técnico, mas também sensibilidade para atender às necessidades individuais de cada pessoa. O professor, ao mediar o contato com a arte, desempenha um papel essencial na construção de um ambiente seguro e inspirador, promovendo a expressão e o bem-estar dos participantes. Além disso, o acesso a atividades artísticas ainda é restrito em muitas comunidades, especialmente em regiões com poucos recursos ou infraestrutura cultural limitada. A falta de investimento em iniciativas culturais e artísticas compromete a disseminação desses benefícios para um público mais amplo. Dessa forma, políticas públicas e iniciativas privadas são fundamentais para garantir a presença de professores qualificados e a democratização do acesso à arte como meio de promoção da saúde mental.

Em um mundo cada vez mais acelerado e digital, o resgate da expressão artística torna-se essencial. Incorporar atividades artísticas na rotina, seja por meio do desenho, da pintura, da dança, da música ou da escrita, pode ser uma forma simples e eficaz de promover a saúde mental e emocional.

Assim, a arte não é apenas entretenimento, mas uma ponte para o autoconhecimento e a transformação interior. A conexão entre arte e saúde mental evidencia que a criatividade pode ser uma poderosa aliada no caminho para o equilíbrio e o bem-estar psicológico.

*Jéssica Lima é graduada em Artes Visuais e atua como professora de arte, com ênfase em pintura em tela e mural. Com ampla experiência no ensino e na prática artística, dedica-se a inspirar seus alunos a explorarem a criatividade e a transformarem espaços por meio da arte.



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A Mensagem Longa Funciona?

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No universo das redes sociais, onde a atenção do público é um bem cada vez mais escasso, surge uma pergunta frequente entre profissionais de marketing, políticos e gestores de conteúdo: A mensagem longa funciona? A resposta é sim, mas com ressalvas importantes. Funciona quando o conteúdo é relevante.

 

O Conteúdo Relevante é o Rei

 

Em um mundo dominado por vídeos curtos e mensagens rápidas, como os do TikTok ou Reels do Instagram, pode parecer contraproducente investir em conteúdos longos. No entanto, a chave está na relevância. Um estudo realizado pela HubSpot em 2023 mostrou que, embora vídeos curtos tenham maior taxa de engajamento inicial, conteúdos longos (como vídeos de 10 a 15 minutos) geram maior retenção e conversão quando abordam temas profundos e de interesse específico do público.

 

Um exemplo internacional é o sucesso do canal Veritasium no YouTube, que explora temas científicos complexos em vídeos longos, muitas vezes ultrapassando 20 minutos. O canal possui milhões de visualizações e um engajamento altíssimo, provando que, quando o conteúdo é relevante, o público está disposto a dedicar seu tempo.

 

No Brasil, podemos citar o caso do Porta dos Fundos, que alterna entre esquetes curtas e vídeos mais longos, dependendo da complexidade do tema. Quando o assunto exige profundidade, como em críticas sociais ou políticas, os vídeos longos são tão bem recebidos quanto os curtos. Estive recente mente conversando com o oncologista Rogerio Leite que é líder nesse segmento no Youtube e o mesmo me confirmou que depois de muitas experimentações e testes hoje o que da mais conversão é o vídeo longo.

 

O Papel dos Algoritmos

 

Os algoritmos das redes sociais são frequentemente apontados como inimigos dos conteúdos longos, mas isso não é totalmente verdade. Plataformas como o YouTube e o Facebook priorizam o tempo de permanência do usuário. Ou seja, se um vídeo longo mantém o espectador engajado, ele será impulsionado pelo algoritmo, independentemente de sua duração.

 

Já no Instagram e no TikTok, onde o foco é no engajamento rápido, vídeos longos podem ser menos eficazes, a menos que sejam extremamente cativantes desde os primeiros segundos. Aqui entra a importância do *hook* aquela introdução impactante que prende a atenção do espectador e o convence a continuar assistindo.

 

Autoridade

 

Outro fator crucial é o porta-voz. Um conteúdo longo só funciona se quem o apresenta tiver credibilidade e conexão com o público. Por exemplo, um político discutindo políticas públicas complexas pode usar vídeos longos para explicar suas propostas, desde que já tenha estabelecido uma relação de confiança com seus eleitores. Caso contrário, o tiro pode sair pela culatra.

 

Um exemplo internacional é o ex-presidente Barack Obama, que utiliza vídeos longos para discutir temas como mudanças climáticas e reformas sociais. Sua autoridade e carisma permitem que ele mantenha a atenção do público mesmo em formatos mais extensos. Outro exemplo é do ex-presidente Bolsonaro e da Deputada Janaina Riva, ambos convertem muito bem seus materiais.

 

Quando o Curto é Melhor

 

É importante ressaltar que, na maioria dos casos, vídeos curtos ainda são a melhor opção. Eles são mais fáceis de consumir, compartilhar e engajar. Plataformas como o TikTok e o Instagram Reels são prova disso, com bilhões de visualizações diárias em conteúdos de menos de 60 segundos.

 

No entanto, quando o assunto exige profundidade e o público está disposto a consumir informações detalhadas, o vídeo longo pode ser uma ferramenta poderosa. A chave é saber quando e como usá-lo. Mais uma coisa que ajuda e muito, vídeo com legenda e sempre na posição vertical.

 

Contrapontos e Reflexões

 

É válido mencionar que nem todos os especialistas concordam com essa visão. Alguns argumentam que, em um mundo de atenção fragmentada, investir em conteúdos longos é arriscado e pouco eficiente. Um estudo da Sprout Social em 2022 mostrou que 65% dos usuários preferem conteúdos curtos e diretos, especialmente em plataformas como Twitter e Instagram.

 

Além disso, a inteligência artificial usada pelas redes sociais está cada vez mais focada em personalização. Isso significa que, mesmo que um vídeo longo seja relevante, ele pode não alcançar o público certo se o algoritmo não identificar um interesse prévio no tema.

 

Equilíbrio e Estratégia

 

Em resumo, a mensagem longa funciona, mas não é uma solução universal. Ela deve ser usada com estratégia, considerando o público-alvo, a plataforma e o momento certo. Vídeos curtos continuam sendo a melhor opção para engajamento rápido, mas quando o conteúdo é relevante e o porta-voz é convincente, um vídeo longo pode gerar um impacto profundo e duradouro.

 

Como consultor político e especialista em marketing eleitoral, recomendo que políticos e marcas invistam em uma abordagem equilibrada, combinando conteúdos curtos para engajamento inicial e conteúdos longos para aprofundar a conexão com o público. Afinal, nas redes sociais, como na política, a chave do sucesso está em saber adaptar a mensagem ao contexto e ao público.

 

Cláudio Cordeiro é consultor político, especialista em marketing eleitoral e CEO da Agência Gonçalves Cordeiro. Jornalista e Advogado. Com mais de 30 anos de experiência, já auxiliou inúmeros candidatos e marcas a conquistarem seu espaço no cenário digital.



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