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Opinião

Olhar a infância como potência educativa

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Por Márcia Amorim Pedr’Angelo

A forma como enxergamos a infância revela muito sobre a sociedade que estamos construindo. Quando a criança é vista apenas como alguém em formação, limitada a um futuro que ainda não chegou, a educação perde a chance de reconhecê-la em sua totalidade. É no brincar, na imaginação e nos vínculos afetivos que se moldam as bases da autonomia, da criatividade e da convivência.

Meu percurso como educadora começou no lugar mais exigente: a maternidade. Ao olhar para o meu primeiro filho, percebi a ausência de um sistema que o escutasse de verdade, que respeitasse seu ritmo e transformasse sua curiosidade em conhecimento significativo. Desse incômodo surgiu a decisão de criar uma proposta que unisse rigor e afeto. Um caminho que reconhecesse cada criança como sujeito central e não como peça a ser ajustada a um molde.

Olhar a infância como potência educativa é entender que brincar é uma linguagem de descoberta. Nesse espaço, a criança testa hipóteses, cria soluções, exercita a convivência e elabora sentidos para o mundo que a cerca. Brincar é experimentar e aprender com liberdade. Quando esse direito é negado, perde-se não apenas um momento lúdico, mas a principal forma de desenvolvimento integral.

Essa perspectiva também exige considerar a infância como tempo de redescoberta do mundo. As perguntas feitas pelas crianças desestabilizam certezas e obrigam os adultos a reaprender. Quando a escola se dispõe a escutá-las de verdade, encontra caminhos para metodologias mais coerentes.

Outro aspecto essencial é o suporte emocional. A criança precisa sentir-se segura para arriscar, errar e criar. Essa segurança nasce de relações de confiança, de vínculos afetivos e de um ambiente que acolhe a diversidade de experiências. Sem essa base, a infância perde parte de sua força e os adultos que dela emergem carregam marcas de insegurança e silenciamento.

À medida que o Dia das Crianças se aproxima, essa reflexão se torna ainda mais oportuna. A data não deve se reduzir ao consumo ou a gestos superficiais. É a oportunidade de reafirmar que proteger a infância é proteger o presente da sociedade e desenhar com mais responsabilidade o seu futuro.

Márcia Amorim Pedr’Angelo é psicopedagoga, fundadora das escolas Toque de Mãe e Colégio Unicus, e coordenadora da Unesco para a Educação em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.



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Ser médico é escolher a vida todos os dias

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*Por Ana Flávia Nasrala

No dia 18 de outubro, celebramos o Dia do Médico, uma data que nos convida à reflexão sobre o compromisso diário de cuidar da vida em todas as suas fases, formas e fragilidades. Ser médico é estar presente em momentos de dor, esperança, superação e, muitas vezes, de despedida. É colocar o conhecimento a serviço da humanidade, com técnica, ciência e, acima de tudo, empatia.

Vivemos tempos em que a medicina avança em ritmo acelerado. Tecnologias transformam diagnósticos, tratamentos se tornam mais precisos e a comunicação entre equipes e pacientes ganha agilidade e alcance. Mas, diante de todas essas inovações, há algo que permanece essencial e insubstituível, o olhar humano do médico. A escuta atenta, o toque cuidadoso, o respeito às escolhas do paciente são gestos que nenhum algoritmo pode replicar.

Na Help Vida, onde atuo como Diretora Técnica e cardiologista, vejo diariamente o impacto positivo que a medicina humanizada pode causar na vida das pessoas. Quando levamos o cuidado para dentro da casa do paciente, estamos também levando dignidade, segurança e conforto. O ambiente familiar permite que o médico enxergue o paciente como um todo, inserido em sua rotina, em sua história, em seus vínculos afetivos. E isso muda tudo.

A atenção domiciliar, aliada à expertise médica e a uma equipe multidisciplinar preparada, permite um acompanhamento mais próximo, seguro e resolutivo. É a medicina que respeita o tempo do paciente, que acolhe suas necessidades e que promove saúde no cotidiano, junto à família, com autonomia e qualidade de vida.

Ser médico é também assumir um compromisso com a sociedade. É compreender que cada consulta, cada diagnóstico e cada orientação têm o poder de transformar realidades. O médico é muitas vezes o primeiro a acolher a dor e o medo do outro, e o primeiro a reacender a esperança. É uma profissão que exige preparo técnico, mas também equilíbrio emocional, ética e compaixão para lidar com a vulnerabilidade humana de forma respeitosa e responsável.

Pessoalmente, vejo a medicina como uma escolha de entrega. E é também um privilégio ser testemunha de tantas histórias, tantas vitórias e tantas transformações. Neste dia, deixo aqui o meu reconhecimento e a minha gratidão a todos os colegas de profissão que, com ética e dedicação, fazem da medicina um instrumento de cuidado verdadeiro.

*Ana Flávia Nasrala é Diretora Técnica da Help Vida e médica cardiologista.



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