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Brasil busca fortalecer laços com a África no setor agrícola

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A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) vão financiar a vinda de pesquisadores agrícolas africanos ao país.

Representantes das três instituições assinaram, nesta quarta-feira (19), uma carta de intenções para promover o intercâmbio de especialistas. O objetivo é promover a cooperação técnica entre Brasil e os 55 países africanos, fortalecendo a rede de cooperação internacional com foco na segurança alimentar.

Detalhes sobre a execução da iniciativa ainda vão ser definidos, mas as instituições já anteciparam que a ideia é contemplar, por um período de tempo, ao menos 30 pesquisadores de institutos científicos, universidades ou órgãos de governo.

Três áreas de pesquisa serão contempladas: agricultura regenerativa – como forma de preservar os recursos naturais, tornando a produção mais sustentável; segurança alimentar e nutricional, a fim de garantir acesso a alimentos saudáveis às populações e resiliência e recuperação de áreas degradadas – aspecto fundamental para a sustentabilidade dos agrossistemas produtivos.

As instituições também se comprometem a identificar, formular e implementar iniciativas conjuntas, atendendo às necessidades e demandas dos países cooperantes.

Seminário

A carta de intenções foi firmada durante o seminário Diálogo África-Brasil em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) na Agropecuária – levando a cooperação internacional ao próximo nível. O evento está sendo realizado na sede da Embrapa, em Brasília, e transmitido pelo canal do IICA Brasil, no Youtube.

Participam do encontro representantes do governo federal, embaixadores de países africanos com representação diplomática no Brasil, integrantes de instituições de cooperação e pesquisa e o cientista indiano Rattan Lal, professor emérito da Universidade de Ohio (EUA), vencedor do Nobel da Paz de 2007 e do Prêmio Mundial de Alimentação, em 2020. Durante o evento, ele discorreu sobre os desafios e oportunidades da produção agrícola no continente africano.


Brasília (DF), 19/03/2025 - O especialista em ciências do solo e prêmio Nobel da Paz, Rattan Lal, durante o encontro promovido pela Embrapa:
Brasília (DF), 19/03/2025 - O especialista em ciências do solo e prêmio Nobel da Paz, Rattan Lal, durante o encontro promovido pela Embrapa:

O especialista em ciências do solo e prêmio Nobel da Paz, Rattan Lal. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

De certa forma, o seminário desta quarta-feira serve de evento preparatório para a reunião que, em maio deste ano, trará ministros da Agricultura africanos a Brasília, para discutir formas de aumentar a produtividade agropecuária no continente.

“Vamos fazer uma reunião para mostrar o que temos de bom no Brasil, levar eles [ministros africanos] a campo para ver o que está acontecendo de bom [no Brasil], e depois fazer uma reunião técnica, coordenada pela Embrapa, pelo Ministério das Relações Exteriores, pra gente transferir um pouco de conhecimento para os nossos companheiros africanos e ver se a gente combate a fome de verdade”, disse Lula, quando anunciou o agendamento da reunião.

Embora concentre quase 65% das terras aráveis não-cultivadas e cerca de 10% dos recursos renováveis de água do planeta, o conjunto dos países africanos ainda importa boa parte do alimento que abastece a população local.

Segundo o Banco Africano de Desenvolvimento, o setor agrícola emprega mais de 60% da força de trabalho e representa cerca de um terço do PIB continental. Ainda assim, a África é a região com maior insegurança alimentar do mundo.

Cooperação

Hoje, o secretário de comércio e relações internacionais do Mapa, Luis Rua, confirmou que o seminário é uma oportunidade para governo, instituições e especialistas debaterem, antes da reunião de ministros da Agricultura, “aquilo que podemos trocar de conhecimentos e informações”. Segundo Rua, a aproximação com o continente africano é uma “prioridade para o governo Lula”.

“Depois de um interregno de anos, teremos uma nova reunião de ministros da Agricultura. Esperamos a presença dos 54 ministros de agricultura e de suas equipes para que possamos ter este momento de reflexão. E este momento, este diálogo [que acontece hoje], já se insere neste esforço.”

 


Brasília (DF), 19/03/2025 - O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária, Luís Renato Rua, durante o encontro promovido pela Embrapa:
Brasília (DF), 19/03/2025 - O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária, Luís Renato Rua, durante o encontro promovido pela Embrapa:

O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária, Luís Renato Rua. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O secretário de Promoção Comercial, Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Laudemar Gonçalves de Aguiar Neto acrescentou que a expectativa brasileira ao promover o intercâmbio é também apreender com a diversidade de experiências e práticas africanas, promovendo o desenvolvimento conjunto.

“É como o Brasil vê a cooperação. Em geral e especificamente com a África: uma cooperação horizontal, para o desenvolvimento, e na qual não impomos regras, nem obstáculos. Não exigimos nada em troca. São os países que dizem o que querem em troca. Isso é muito importante na cooperação sul-sul e com a África”, ressaltou o embaixador.

Já a presidenta da Embrapa, Silvia Massruhá, destacou que, graças aos investimentos em ciência e tecnologia, a empresa pública desenvolveu (a partir da década de 1970, quando foi criada) um modelo de agropecuária tropical próprio, reconhecido mundialmente. E que pode ser replicado em outras partes.


Brasília (DF), 19/03/2025 - A presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Sílvia Massruhá, durante o encontro promovido pela Embrapa:
Brasília (DF), 19/03/2025 - A presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Sílvia Massruhá, durante o encontro promovido pela Embrapa:

 A presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Sílvia Massruhá. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

“As conquistas do Brasil no setor agropecuário comprovam que apostar em ciência e tecnologia é sempre a melhor escolha. Hoje, produzimos alimentos para abastecer nossa população e construímos significativamente a segurança alimentar mundial. Mais que compartilhar essas conquistas, queremos dar um passo além e ampliar o desenvolvimento do conhecimento em parceria com os países do sul global”, afirmou Silvia.

O diretor-geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Manuel Otero afirmou que a parceria com a Embrapa e ABC ajudar a levar a países africanos “tecnologias adaptadas a realidades tropicais” desenvolvidas pela Embrapa, “muitas das quais podem e devem ser aplicadas” no continente africano.

“Graças a investimentos estratégicos em pesquisa, inovação e capacitação técnica – com destaque para o trabalho da Embrapa –, foi possível ao Brasil transformar áreas como o cerrado em regiões altamente produtivas. O aprendizado desta jornada pode ser adaptado e compartilhado com os países africanos, respeitando suas realidades e peculiaridades locais”, disse Otero.



Fonte: EBC

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CMN amplia uso de fundos de investimento em financiamento sustentável

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Instrumento do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima para reduzir o risco de variação do câmbio em captações de recursos do exterior, o Programa Eco Invest Brasil poderá comprar cotas de fundos de investimento e fazer operações de securitização (conversão de papéis). Em reunião extraordinária nesta quinta-feira (17), o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou uma série de práticas que pretendem atrair novos tipos de investidores em financiamentos de projetos sustentáveis.

Entre os principais aprimoramentos introduzidos pelo CMN, destacam-se:

•     Autorização para aquisição de cotas de fundos de investimento, ampliando os canais de captação e base de investidores;

•     Inclusão de operações de securitização, favorecendo a mobilização de capital por meio do mercado financeiro;

•     Carência de até três anos para operações de crédito, conforme diretrizes do Ministério da Fazenda;

•     Obrigatoriedade de reinvestimento dos recursos retornados, ampliando o alcance e impacto dos financiamentos públicos;

•     Regulamentação da sub linha de estruturação de projetos, permitindo o lançamento de leilões voltados à preparação técnica e financeira de projetos inovadores.

Em nota, o Ministério da Fazenda informou que as medidas alinham a regulamentação à Lei 14.995/2024, que instituiu o Programa de Mobilização de Capital Privado Externo e Proteção Cambial (Programa Eco Invest Brasil). O CMN também aperfeiçoou a sub linha de financiamento parcial e regulamentou a nova sub linha de estruturação de projetos.

Segundo a Fazenda, a sub linha de estruturação de projetos permitirá que o Tesouro Nacional faça leilões voltados à exportação de bens e serviços verdes, infraestrutura para exportação e turismo sustentável. A regulamentação pretende fazer com que o Programa Eco Invest Brasil atue desde as fases iniciais dos empreendimentos, com crédito para estudos, modelagens e outras atividades de preparação.

Cotas de fundos

A autorização para a compra de cotas de fundos de investimento regulados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) amplia a diversidade de instrumentos financeiros disponíveis no Eco Invest. De acordo com o Ministério da Fazenda, essa inovação permite maior diversificação de risco, acesso a investidores pessoas físicas e captação de recursos de fundos catalíticos, que financiam projetos de desenvolvimento sustentável na Amazônia.

A inclusão de operações de securitização, informou a Fazenda, fortalece o papel do mercado de capitais na captação de recursos públicos. Coordenado pelo Ministério da Fazenda em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, o Programa Eco Invest Brasil é uma das principais iniciativas do governo federal para permitir a transição ecológica e mobilizar investimentos sustentáveis voltados à redução de emissões de gás carbônico e à adaptação às mudanças climáticas.

Órgão colegiado presidido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o CMN também é composto pelo presidente do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, e pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.



Fonte: EBC

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